Comunidade regional debate inclusão digital e software livre

Mais de 350 pessoas de dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão reunidas na Universidade de Passo Fundo (UPF) com a intenção de trocar experiências, fomentar ações e contribuir para o aprimoramento de processos de inclusão digital e software livre no contexto sócio-educacional. As ações integram a quinta edição do já tradicional Seminário Regional de Inclusão Digital e Software Livre, que iniciou na quarta-feira (6) e se estende até este dia 8 de outubro, no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg). Construindo a cibercidadania é o tema do evento, que tem na programação oficinas, painéis e palestras.

A promoção das atividades é dos projetos Mutirão pela Inclusão Digital, Kit Escola Livre e Grupo de Estudos e Pesquisas em Inclusão Digital. Na abertura da programação, o Coral da Escola Estadual de Passo Fundo se apresentou aos participantes, que acompanharam também a palestra Pensar…repensar a utilização da Internet como instrumento para Educação e para a formação de “Cibercidadãos”. O tema foi abordado pelo professor Dr. Gláucio José Couri Machado, da Universidade Federal de Sergipe.

De acordo com o palestrante, é necessário fazer uma discussão mais profunda da ocupação do ciberespaço, no sentido da inclusão digital de todos. “As pessoas do mundo precisam ocupar este espaço e fazer dele um ambiente voltado para o bem e para a aquisição de uma cidadania”, afirmou. Machado alertou, porém, que o ciberespaço também reproduz a realidade do mundo físico, por isso, concentra a questão da pedofilia, dos blogs pornográficos, dos sites ligados ao mal e dos spams. Sobre a utilização do ciberespaço na educação, segundo ele, a grande questão é preparar os professores para um trabalho efetivo. “Esse preparo não existe, é um campo muito limite na discussão intelectual da formação de professores”, argumentou, avaliando que é preciso uma construção nacional no sentido de habitar o ciberespaço em favor do bem.

Na mesma linha de raciocínio, o coordenador do evento, Adriano Teixeira, lembrou da parceria entre UPF e Prefeitura de Passo Fundo, com os trabalhos de informatização nas escolas do município “Com a finalização da instalação de laboratórios em todas as escolas da rede municipal, já estamos pensando e debatendo como fazer para que esses laboratórios possam de fato representar melhoria na qualidade de aprendizagem dos alunos”, referiu. Teixeira salientou também que o seminário é fruto do trabalho e da história de sete anos do Mutirão pela Inclusão Digital, que já atendeu a mais de mil pessoas em seus cursos, oficinas e ações.

Envolvimento com a comunidade

A solenidade de abertura do seminário contou com a presença de autoridades, alunos e professores universitários e de escolas públicas e particulares. O presidente da Fundação UPF, Jocarly Patrocínio de Souza, destacou que a abrangência do evento mostra a ação da UPF na sociedade. “Este é um dos grandes diferenciais que temos enquanto universidade, ter um processo de interação com as comunidades, com a sociedade, se envolvendo com seus problemas e propondo soluções”, observou.

Na opinião da coordenadora de Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Dal Molin, o fio condutor do seminário é o projeto de extensão Mutirão pela Inclusão Digital. “É uma iniciativa muito além da inclusão digital, é de inclusão social, um projeto que traz elementos fundamentais de ampliação da cidadania, que traz a possibilidade de interlocução das crianças, professores adultos, idosos com esse mundo que hoje anda em velocidade impar”, observou. De acordo com Bernadete, é uma satisfação ter uma universidade que desenvolve projetos de extensão dessa natureza, e que os articula com ensino, pesquisa e com a comunidade.

O diretor do Iceg, Cristiano Cervi, reiterou, igualmente, a importância do projeto Mutirão pela Inclusão Digital, dizendo que é uma ação que merece destaque além das fronteiras regionais. “A inclusão digital é uma área importante em todo o país e que ainda têm muitos desafios a serem superados. Experiências como a da UPF são exemplo”, esclareceu. Cervi desejou um evento de aprendizado a todos os participantes.

A representante da Secretaria de Educação, Marines Sivério, assegurou a importância da parceria com a UPF, destacando que acadêmicos vão as escolas e geram conhecimento sobre a realidade, indicando caminhos aos investimentos. Segundo ela, até o final do ano, as 36 escolas da rede estarão informatizadas, e o grande desafio continua sendo trabalhar a educação continuada dos professores. “Professor incluído é aluno incluído, por isso, mostramos aos professores que é possível trabalhar de forma pedagógica com os recursos digitais”, constatou.

Todos os detalhes do evento podem ser conferidos no endereço eletrônico http://inf.upf.br/~inclusao.

Assessoria de Imprensa UPF